A EUROBAT apela a que todas as tecnologias de baterias sejam representadas na Aliança de Baterias da UE, garantindo a coerência política e a competitividade do setor

(BRUXELAS, 18 de junho de 2018) – EUROBAT, a associação europeia que representa os fabricantes de baterias automotivas e industriais, organizou o seu Fórum 2018 em Bruxelas, no dia 15 de junho.

No seu discurso de boas-vindas ao Fórum, Johann-Friedrich Dempwolff, Presidente da EUROBAT e Vice-Presidente Indústria e Relações Governamentais EMEA da Johnson Controls Power Solutions, enfatizou a necessidade de aumentar a competitividade de toda a indústria para levar à descarbonização de vários setores da economia, no âmbito da Battery Alliance lançada pelo Vice-Presidente Presidente da Comissão Europeia Maroš Šefčovič. Todas as tecnologias de baterias têm potencial para contribuir para a descarbonização da economia europeia. Sublinhou também a necessidade de ter legislação coerente sobre baterias para melhorar a competitividade da indústria de baterias da UE, evitando proibições de tecnologias específicas.

 
As sessões do Fórum abordaram detalhadamente três tópicos: (1) Emissões de CO2 provenientes do transporte rodoviário – impacto das propostas da CE no desenvolvimento e fabricação de baterias ; (2) considerações de sustentabilidade das baterias; e (3) Aliança Europeia para Baterias e novo plano de acção para baterias da CE.

No seu discurso de abertura da sessão I, Stefaan Vergote, DG Clima, apresentou a proposta da Comissão Europeia sobre novas metas de emissões de CO2 para automóveis, carrinhas e veículos pesados, no quadro da transição para um setor de transportes descarbonizado. Petr Dolejsi da ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis) apresentou o ponto de vista de OEMs sobre as metas propostas de CO2. Ele destacou que os veículos melhorados a combustível e diesel continuarão a desempenhar um papel fundamental nas futuras reduções de CO2, e que as metas de mobilidade elétrica devem estar sujeitas a cláusulas de condicionalidade na aceitação do mercado e nos postos de abastecimento. Jon Stenning, da Cambridge Econometrics, apresentou os resultados do estudo da Fundação Europeia para o Clima “Fueling Europe's Future II” e os benefícios sociais da mudança para a mobilidade elétrica. Observou que, em geral, a transição trará benefícios económicos e ambientais, mas alguns desafios terão de ser enfrentados, em particular para mitigar o impacto negativo nos empregos no sector automóvel tradicional. Finalmente, Cian O'Dunlaing da Johnson Controls Power Solutions e presidente do EUROBAT Starter-Lighting-Ignition WG apresentou as oportunidades para a eletrificação de baixa tensão, desde a recuperação de energia até à tecnologia de 48v. Para estas aplicações, múltiplas tecnologias, especialmente as de iões de lítio e as baseadas em chumbo, coexistirão num futuro próximo para proporcionar poupanças de CO2.

A segunda sessão sobre considerações de sustentabilidade das baterias foi aberta por Chris Heron da Eurometaux, que observou como uma indústria de baterias competitiva é agora reconhecida como absolutamente essencial para a economia de baixo carbono da UE. Para garantir a competitividade da indústria, será fundamental encontrar um equilíbrio entre a sustentabilidade e os objectivos de crescimento da indústria, alcançando uma indústria de matérias-primas sustentável e competitiva. Micheal Ostermann da Exide Technologies afirmou que as restrições a metais pesados ​​seleccionados são um conceito enganador e que deve ser considerada uma abordagem mais integrada de sustentabilidade ambiental. A gestão de riscos deve ser regulamentada na Diretiva Baterias. Prof. Dr. Eng. Noshin Omar, da Vrije Universiteit Brussel, apresentou oportunidades e desafios relacionados à segunda vida útil das baterias. Em particular, os obstáculos económicos e legislativos terão de ser eliminados para impulsionar o mercado de baterias de segunda vida. Na apresentação de encerramento, Evgeni Stoyanov da Trafigura discutiu o impacto dos veículos elétricos nos mercados de matérias-primas de cobalto e níquel. É provável que ambos os mercados registem um crescimento constante nos próximos anos e a produção terá de aumentar consideravelmente para satisfazer a crescente procura de metais.

A última sessão sobre a Aliança Europeia para Baterias e o novo plano de ação para baterias da CE foi aberta por Joanna Szychowska da DG Grow, que apresentou os planos da Comissão Europeia para aumentar a competitividade da indústria de baterias da UE no âmbito da Aliança para Baterias da UE. O Dr. Christoph Neef, do Instituto Fraunhofer de Pesquisa de Sistemas e Inovação, apresentou algumas previsões sobre a produção de baterias de íon-lítio e seu crescimento potencial relacionado ao desenvolvimento da mobilidade elétrica. O Dr. Neef destacou que a Europa tem a oportunidade de fabricar as suas próprias células de bateria, concentrando-se em LIBs otimizadas ou tecnologias baseadas em Li no curto prazo e em baterias totalmente de estado sólido após 2025. Dr. Alistair Davidson do Advanced Lead Acid Battery Consortium ( ALABC) apresentou os principais desenvolvimentos técnicos e aplicações para baterias à base de chumbo. As baterias à base de chumbo ainda têm potencial de desenvolvimento e já contribuem para a descarbonização do setor dos transportes, pelo que devem ser abrangidas pela Aliança para as Baterias da UE. Por último, Simon Perraud, PhD do CEA-Liten apresentou prioridades de I&I a curto e médio prazo em baterias no âmbito da Aliança de Baterias da UE.

René Schroeder, Diretor Executivo da EUROBAT , encerrou o Fórum agradecendo a todos os participantes e anunciando que a Assembleia Geral Anual e o Fórum EUROBAT do próximo ano serão realizados de 13 a 14 de junho em Berlim, Alemanha.

Fonte de referência: Associação Europeia de Fabricantes de Baterias Automotivas e Industriais